Meu amigo, estás velhinho,
trabalhas-te até poder
e hoje vives sózinho,
com tão pouco para viver.
Dormes num canto da rua
numa caixa de cartão,
a companheira é a lua
com quem passas o serão.
Se não vem a companheira
fica-te apenas o escuro,
resta-te numa algibeira
um naco de pão já duro.
Tens que ser forte e valente
não podes desanimar,
porque se ficares doente,
não tens meios p'ra te cuidar.
Sofro por ver-te sofrer,
não queria que fosse pior,
não sei o que hei-de fazer
para o mundo ser melhor.
M. Mendes.
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