domingo, 28 de novembro de 2010

A liberdade do pintassilgo

Na quinta do tio Zé, tudo corria como era normal. O sol tinha nascido contente soltando os seus raios, ia assim aquecendo todo o ambiente. Na horta as plantas cresciam tenras e fresquinhas, para serem cozinhadas. No tanque ouvia-se o quá quá dos patos. Os camponeses num vai vem tratavam cada um da sua faina.
Só Mariazinha, a neta do dono da quinta,não tinha acordado feliz. Metida no seu pijama de bolinhas, falava com um pequeno pintassilgo, que um dos trabalhadores da quinta lhe tinha oferecido dias antes e que ela metera numa gaiola que encontrara numa velha arrecadação, onde eram guardadas todas as tardes as ferramentas da faina campesina.- Não estejas triste,-dizia ela ao pintassilgo-Tens comida, àgua, a minha amizade, porque não cantas?-Não tenho liberdade nem alegria para cantar,-respondeu o passarinho.-Nunca reparaste que tenho duas asas? São para voar, voar bem alto.Como posso estar alegre e cantar, se mal tenho espaço para me mexer?
Mariazinha escutou e ficou a pensar,o seu amigo tinha razão.Pegou na pequena gaiola, levou-a junto da janela do seu quarto e soltou o pequeno pintassilgo, que pousou numa àrvore que havia em frente da casa e cantou, cantou, como que agradecendo a Mariazinha. Agora tudo estava no seu lugar. A menina todas as manhãs mal acorda vem pôr-se à janela, onde ouve o canto das aves e vê o seu amigo,saltitando de árvore para árvore, gozando a sua liberdade! Ao fundo do corredor ouve-se a voz da avó que chama. -Mariazinha, vem filha, são horas de ires para a escola. - E lá vai ela feliz pelo dever cumprido...

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