quinta-feira, 31 de maio de 2012

RECORDANDO...

      Uma vida sem amor
      é como o fogo sem chama
       amar-te-ei com ardor
       espalharei a tua fama...


Silves és tão velhinha.
Quero-te bem pois então!
Mas detro do coração
muito limpa e branquinha,
tenho uma terra que é minha.
Avis se chama, é um primor.
Quero-lhe pedir um favor,
que me ame, quero-lhe dizer
que não poderei viver
uma vida sem amor.

Junto ao rio Arade e á corrente
vejo gaivotas ligeiras a voar.
Eu penso,estou a recordar...
De ti Avis, nunca estarei ausente
pois faço parte da tua boa gente.
Povo que volta, que tem fama,
assim fará quem te ama
e eu te quero amar.
Partir ficar distante e não voltar,
é como o fogo sem chama

Silves tem um castelo todo ufano.
Avis o largo do convento onde brinquei,
as ruas de calçada que eu pisei
e gente que labuta todo o ano.
Equecer-me que é linda? Puro engano!
É rica em Nobreza e tem valor.
Lembranças do meu primeiro amor,
ficaram por aí em cada canto.
E redobro o meu encanto,
amar-te -ei com ardor.

As cegonhas, as ruinas do convento,
 a rua das lajes onde cresci.
De nada eu me esqueci...
Nem mesmo do rugir do vento
que agreste trazia desalento,
do craveiro ficava só a rama
sem lenha na lareira ia cedo pr'a cama.
Hoje estou longe mas fiel, saudosa...
Por seres uma terra valiosa!
Espalharei a tua fama.






terça-feira, 8 de maio de 2012

MEMÓRIAS DO PSSADO:

Meninas atenção, a hora da vossa entrada em cena apróxima-se.
Soava assim a voz do contra-regra.
-Entrar em cena, como seria possivel, depois de tantos puxões de cabelo...?
Ao que as pessoas se sujeitam, para parecer bem...
Nunca tive bom cabelo, nem naquela idade... Eramos tres jovens a entrar em cena
para cantar uma canção que falava da Primavera e das andorinhas.
( Bem bonita por sinal.) Não eram menos bonitos os vestidos azuis da côr do céu.
Só o que não condizia eram os meus cabelos... Uma das jovens do grupo, lembrou:
Que molhar os mesmos em àgua com açúcar e enrolar  tiras de pano, eu iria ficar com uma bonia cabeleira. Não foi assim, o açúcar secou e para tirar aquela engrenagem da minha cabeça, foi preciso eu sofrer muitas dores e puxões ainda que açúcarados...
Lembro-me de parte do poema...
Uma andorinha modesta
tem um aspeto de festa,
tem encanto e emoção,
Deus ó meu Deus quem me dera,
fosse eterna a Primavera
dentro do meu coração.
E lá na aldeia,
tudo diz á boca cheia
voltou de novo alegria
mesmo ás casas pobrezinhas.
E toda a gente
compriende porque sente
o que dizem nos beirais,
as humildes andorinhas.